sábado, 22 de outubro de 2011

Autoritarismo X violência em sala de aula

Muito se diz sobre a violência dentro da escola, mas o que vemos são reflexos das ações obrigatórias, representadas pelo poder e autoritarismo dos professores, não só dos mesmos como também da direção e coordenação, estando os alunos no centro desses conflitos. Sabemos que esse problema não e só da escola, mas da sociedade como um todo, a participação da família é essencial para que haja uma parceria com a instituição.  Makarenko enfatizou em uma das suas obras, publicou em 1938 incompleto, o livro dos pais onde ele traz o quanto é importante a participação da família na escola e como educar as crianças em tempos tão difíceis.
O pedagogo Makarenko nos remete a refletir, embora conhecido por ser um professor rígido em suas disciplinas, é também aberto ao diálogo com os educandos, me pergunto se não é isso que tem faltado nos dias atuais, lembro-me da época onde havia um respeito mútuo entre professor e educando, onde o professor dosava sua autoridade dentro da sala de aula, ouvia e fazia ser ouvido, havia uma cumplicidade de ambas as partes.
Para Makarenko mais que educar com rigidez e disciplina, é preciso formar personalidades, crianças que sejam capazes de dirigir a própria vida no presente e a vida do país no futuro. É fato que o respeito de ambas as partes tem se perdido ao decorrer do século, professores tem se perdido em suas confecções, esquecido de suas formações, há que feio!
E de contra partida educando não vê mais o professor como símbolo digno de respeito, que está ali para ensinar, para prepará-lo para o futuro. E a consequência de tudo isso é o que temos visto lamentavelmente nos noticiários, o confronto de fúria e desrespeito, com o próximo. Será que realmente a escola tem educado para a colaboração e a solidariedade? A obra de Makarenko provoca ainda uma reflexão sobre a disciplina. Estamos sendo permissivos demais? Como atingir o equilíbrio entre limites e liberdade? Makarenko dá algumas respostas diante de sua experiência vividas dentro do ambiente escolar, com seus erros e acertos, no entanto, ele acreditava que o planejamento e o cumprimento das metas estabelecidas por todos só se concretizariam com uma direção muito firme. Por isso, os alunos tinham consciência de que a disciplina não era um fim, mas um meio para o sucesso da vida na escola. Com o descumprimento de uma norma podia ser punido severamente, desde que alunos e professores assim o desejassem, depois de muita discussão. Podemos não concordar totalmente com elas, mas é inegável que seu trabalho produziu resultados positivos num momento de grandes dificuldades sociais. Não estaremos nós em momento equivalente? Acredito que o que tem nos faltado é exatamente conscientizar os alunos que todos temos deveres e obrigações a cumprir, que há um limite para tudo e com isso devemos estar prontos para arcar com as consequências, somos responsáveis pelos nossos atos, porém com tudo isso não devemos esquecer que há uma dosagem correta de disciplina e amor para todas as coisas, ainda mais no que se refere à formação de futuros cidadãos. Sem esquecer que violência gera violência.

Matéria apresentada no Jornal Hoje,
trazendo a violência atual nas escolas.

Elaine Pereira

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