sexta-feira, 28 de outubro de 2011

3º Haja Eja, dia 05 de novembro, das 9H às 17H

Anúncio oferecido pela prefeitura de S.B.C.

Não deixe de prestigiar os trabalhos e atividades realizadas por alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos).
No paço municipal de São Bernardo do Campo
Janaína Souza

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ANTES TARDE DO QUE NUNCA!

Essa história criou forma através de uma entrevista realizada com uma ex aluna da EJA (Educação de Jovens e Adultos), Dona Atelina Francisca de Jesus de 72 anos, brasileira nascida em Poções na Bahia, ela nos contou a sua trajetória durante os 5 anos e meio em que frequentou a escola na periferia de Diadema, e como a EJA fez parte de sua vida.
Quando criança morava em uma fazenda em Guanambi - BA, e não tinha condições de ir à escola, pois a escola mais próxima ficava muito distante, em Poções, não dava para ir e voltar todos os dias, seria preciso morar lá, alem de pagar para estudar, como seus pais não tinham condições, ela e os quatro irmãos não frequentaram a escola, e desde muito cedo ajudavam os pais no cuidado da roça.
Já na adolescência conheceu seu marido, Jose, que trabalhava em uma fazenda próxima, e seu pai fez com que logo se casassem, mas ficaram morando ali na mesma fazenda onde tiveram sete filhos, dois dos quais vieram a falecer de doenças na infância, devido à falta de atendimento médico. Seu Jose nesse meio tempo mudou-se para São Paulo, e só ia à Bahia para visitar a família uma vez ao ano.
Em 1973 seu Jose buscou a família para morar em São Paulo, e só então os filhos receberam o registro de nascimento, pois não poderiam viajar sem este. Em São Paulo tiveram mais dois filhos.
 Algum tempo após sua chegada, Dona Atelina começou a frequentar a escola no período noturno, e de lá ia trabalhar na lavanderia de um hotel de madrugada, para ajudar no sustento da família. Seu Jose que era muito ciumento não gostava muito da idéia, e por isso começaram a se desentender, briga vai briga vem, acabaram se separando por conta do ciúmes e de outras complicações que ela não revela. Dona Atelina ficou sozinha com os sete filhos, dois deles ainda muito pequenos. Devido aos filhos serem ainda crianças, ela teve de deixar a escola para que eles não ficassem tanto tempo sozinhos à noite.
O tempo passou, os filhos se casaram, restando apenas dois em casa, quando em 1999 D. Atelina resolveu voltar a estudar, evangélica a mais de 10 anos, se sentia entristecida todas as vezes que tinha de sair de sua casa em Diadema, para ir ate São Bernardo onde moram os filhos para pedir a eles ou aos netos que escrevessem os pedidos de oração da família para levar a igreja, pois “não tinha leitura”, já que não se lembrava de quase nada do que aprendera no período em que estudou quando os filhos eram pequenos.
Foi um período de muita dificuldade, os filhos que moravam com ela não incentivavam, pelo contrario, diziam: “Pra que vai voltar a estudar, já esta velha, vai servir pra que?”. Mas ela não desanimou, quando surgia alguma dificuldade procurava os netos, pedia para ajudar a fazer os trabalhos, a estudar para as provas. Vendo seu esforço, uma das filhas que só tinha estudado ate a quarta série também voltou a estudar, o que deixou D. Atelina muito orgulhosa.
No ensino fundamental, conta que não tinha muitas dificuldades, ate chegar a terceira serie e o ensino da matemática começar a ficar difícil: “ Não entendo essa matemática não, até hoje não sei direito aquelas conta”, diz ela.
Mas a maioria dos professores se preocupavam, apoiavam, e faziam o possível para ajudar. Além é claro dos amigos que fez e sempre estavam junto com ela, e tinham o maior orgulho de vê-la estudando já com 60 anos.
No ensino médio conheceu a amiga Marta, uma moça que não tinha nem 20 anos, e que passou a ser sua fiel companheira: “A Marta me ajudava muito, a vista era “pouca” e quando eu não conseguia copiar ela levava meu caderno pra casa e passava toda a lição pra mim, fazia os trabalhos comigo, ate hoje ela vem aqui em casa me ver, saber como eu to”.
Hoje após sete anos que concluiu os estudos, D Atelina conta que gostaria de voltar a estudar de novo, cursar o ensino superior, queria ter continuado já naquela época, mas como a vista já estava fraca encontrava muita dificuldade no aprendizado, e hoje mais ainda pois a visão esta ainda pior, diz também que só encontrou forças para prosseguir devido as amizades que fez ao longo do período em que estudou.
Apesar das dificuldades de casa, de ter que deixar o jantar pronto se não os filhos reclamavam, de ter que se locomover até a casa dos filhos em São Bernardo para pedir ajuda aos netos, foi uma época maravilhosa em sua vida.
Ela conta que aprendeu muito mais do que ler e escrever aprendeu a se comunicar melhor com seus amigos, familiares, conseguiu melhores empregos, e aconselhar os mais novos, já não tinha mais vergonha de dizer quando não entendia, de pedir ajuda quando precisava. Aprendeu a dizer para os filhos que ainda podia fazer muita coisa, que estava velha sim, e como ela mesma diz: “To viva, to cuidando da minha saúde, ainda tenho muita coisa pra fazer”.
A história de vida de D. Atelina é uma história de incentivo, de que é possível, é só querer, passar por cima das dificuldades, dos empecilhos que surgem no caminho, e ir para a escola, muitas vezes com a barriga vazia, deixando o filho chorando, o marido/mulher brigando, mas voltar de lá com a certeza de que valeu a pena, se descobrindo cidadão do mundo, e de sua própria vida.
Essa historia diz ao analfabeto: tente. Ao professor: acolha. E as famílias: incentive. Nunca é tarde demais.


Este artigo foi feito a partir de uma entrevista com uma ex-aluna da EJA, 
Atelina Francisca de Jesus, atualmente com 72 anos.
Texto e fotografia: Erika Marques

O veneno está na mesa


Imagem disponível em: 
http://petagronomia.wordpress.com/2011/09/13/
cinepet-exibe-o-veneno-esta-na-mesa/


O documentário nos mostra que no Brasil a população vem sendo envenenada diariamente por causa do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. É vergonhoso, pois os brasileiros são os que mais consomem agrotóxicos em todo o mundo, 5,2 litros a cada ano por cada habitante. O documentário nos mostra quais as conseqüências disto.
Em 10 anos no Brasil (1998/2008) houve um grande aumento no uso de agrotóxico, 140%.
Além de estarmos expostos a este risco consumindo produtos naturais, consumimos também nos produtos industrializados que usam de matérias-primas contaminadas para desenvolvê-los.
Grandes conseqüências do uso é a infertilidade do solo, contaminação do solo, as mudanças climáticas, etc. O consumo traz problemas como perda de memória, de movimento, problemas no sistema nervoso, no sistema reprodutivo, reduz a imunidade. Quanto a trabalhar com o produto, aplicando, por exemplo, o sujeito pode até vir a óbito.
A deputada Katia Abreu comenta que somente com o uso de agrotóxicos conseguimos suprir as necessidades do povo brasileiro e também dar conta de exportar os produtos, em momento nenhum se preocupa com o brasileiro, mas sim com a quantidade que se produz para garantir a exportação, no mundo capitalista que vivemos.
Podemos observar de maneira clara o desrespeito ao ser humano e a natureza, diante do uso descontrolado de agrotóxicos nas produções de alimentos. A ANVISA está sujeita a forte influência do capitalismo que busca o lucro, esquecendo a qualidade de vida das pessoas. O governo está mais preocupado com o primeiro lugar nas exportações, os bancos apóiam a utilização de agrotóxicos, o que deixa os trabalhadores e consumidores expostos a esta forma de obter lucro com “morte”.
   Não há como deixar de nos questionarmos, de que forma escaparemos deste circulo vicioso? Como nós consumidores podemos agir diante destes “venenos” em nossa mesa?
 
Fonte: Vídeo: O veneno está na mesa,
Janaína Souza e Paulo Sérgio



Globalizados ou controlados?


Brasil lidera ranking contra a fome
Imagem disponível em: http://br.msn.com/

A exposição que estamos, as informações transmitidas pelas mídias como rádio, TV, jornal e internet, e estas com seus ideais pré-formados, direciona o foco para nos mostrar a realidade que eles desejam. Em um mundo globalizado onde as informações circulam de uma forma rápida, a comodidade se torna uma arma de controle; e como exemplo disto podemos citar a guerra do Iraque, cujos objetivos desconhecemos até hoje. Multidões lutando por uma caixa de leite na promoção em um supermercado, onde as verdadeiras lutas são mascaradas por interesse de uma minoria.
  As noticias são interpretações de fatos, este domínio de informações acaba manipulando e fragmentando o que está ocorrendo no Mundo. O domínio destes meios pelo capitalismo torna a sociedade “escrava” como também seus meios sociais. Marx evidencia:
     Essa expropriação constitui o ponto de partida do modo de produção capitalista; sua realização é seu objetivo; trata-se em última instância de expropriar todos os     indivíduos de seus meios de produção, os quais, com o desenvolvimento da produção social, deixam de ser meios da produção privada e produtos da produção privada e só podem ser meios de produção nas mãos dos produtores associados, por conseguinte sua propriedade social, como já são seu produto social. Essa expropriação apresenta-se, porém, no interior do próprio sistema capitalista como figura antitética, como apropriação da propriedade social por poucos; e o crédito dá a esses poucos cada vez mais o caráter de aventureiros puros. (p. 334)

  Indígenas, negros, nordestinos, mulheres, trabalhadores, crianças que valores têm sido transmitidos pelos meios de comunicações que valorizam as lutas em nossa sociedade contemporânea? Onde estão os estimulos para que a sociedade lute por seus direitos?
   O poder da midia pode ser observado,porem não só existe o "joio" neste campo, podemos também ver o "trigo" neste meio assim como:TV Cultura, TV Universitaria,TV Brasil, o site do Dominio Publico, a propria EAD (Ensino de Educação a Distância) e etc.
   Milton Santos em seu video nos convida a ter um olhar mais atento as informações que diariamente nos são transmitidas, e que valores nos tem influênciado.

Referências:
- Vídeo: Encontro com Milton Santos,
- Marx, Karl. O capital. 2ª edição. São Paulo, Ed. Nova Cultural, 1985.

Paulo Sérgio

A impunidade de ontem reflete nos dias atuais

O filme “A história oficial” retrata a historia de uma professora que tem uma filha adotiva de cinco anos. Seu marido trouxe a menina ainda bebê, a professora começa a buscar a origem da criança e entra em crise quando suspeita que a menina possa ter sido tomada de pais desaparecidos durante a ditadura na Argentina. A mesma reencontra  uma antiga amiga que vivera longe do país, que torturada pelos militares nunca esqueceu os dias de agonia e os traumas do passado. No colégio onde a professora leciona, os alunos a desafiam com fatos que revisionam a história, enquanto isso, os grupos de apoio às famílias estão diariamente em passeatas exigindo a verdade. 
Então, ao descobrir que as mães presas acusadas de subversão, grávidas ou com filhos pequenos, tiveram seus bebês retirados de suas mãos começa a perceber que a menina, possa ser uma dessas crianças vítimas da ditadura.
Embora já tivesse outrora estudado sobre a história oficial, a qual já havia caído em nosso esquecimento, temos certeza que infelizmente no esquecimento também de outros tantos cidadãos, quando assistimos ao filme, sentimos raiva pela forma que se deu o seu final, porém, instigadas a recordar esse fato tão marcante, resolvemos pesquisar sobre o assunto, uma realidade, que lamentavelmente é fato e perdura ate os dias atuais, mesmo tendo passado tantos anos esse crime ainda se encontra sem resposta.
O filme é um marco na historia atual, passada e presente, se encontra na sombria face de um fantasma real.
As fraturas provocadas pela crueldade de um regime autoritário sempre estarão como nuvens sobre nossas cabeças, os traumas, as percas e as torturas que aqueles cidadãos sofreram, deixam marcas até os dias atuas em famílias, que muitos foram assassinados e outros tantos são considerados desaparecidos. Familiares que até hoje buscam por resposta ou que ao menos sejam lhe dado o direito de consumar seus lutos.
Estamos em 2011 e de acordo com a ouvidoria de policia, no primeiro semestre desse ano só em são Paulo a média diária de assassinatos de cidadãos por agentes da polícia militar ( PMS) foi de 0,96, quase todos impune.
A impunidade de ontem estimula os crimes de hoje, os direitos humanos foram violados e, portanto é imprescritível, que justiça sejam feitas, que as famílias tenham seus direitos consumados, que não fique apenas no papel, e que possamos ter no futuro professores capazes de trazer para seus alunos o conhecimento deste fato tão marcante que é “A historia oficial”.
 E fica aqui uma dica assistam o filme, pois vale a pena!
Debora Batista e Elaine Pereira

sábado, 22 de outubro de 2011

Autoritarismo X violência em sala de aula

Muito se diz sobre a violência dentro da escola, mas o que vemos são reflexos das ações obrigatórias, representadas pelo poder e autoritarismo dos professores, não só dos mesmos como também da direção e coordenação, estando os alunos no centro desses conflitos. Sabemos que esse problema não e só da escola, mas da sociedade como um todo, a participação da família é essencial para que haja uma parceria com a instituição.  Makarenko enfatizou em uma das suas obras, publicou em 1938 incompleto, o livro dos pais onde ele traz o quanto é importante a participação da família na escola e como educar as crianças em tempos tão difíceis.
O pedagogo Makarenko nos remete a refletir, embora conhecido por ser um professor rígido em suas disciplinas, é também aberto ao diálogo com os educandos, me pergunto se não é isso que tem faltado nos dias atuais, lembro-me da época onde havia um respeito mútuo entre professor e educando, onde o professor dosava sua autoridade dentro da sala de aula, ouvia e fazia ser ouvido, havia uma cumplicidade de ambas as partes.
Para Makarenko mais que educar com rigidez e disciplina, é preciso formar personalidades, crianças que sejam capazes de dirigir a própria vida no presente e a vida do país no futuro. É fato que o respeito de ambas as partes tem se perdido ao decorrer do século, professores tem se perdido em suas confecções, esquecido de suas formações, há que feio!
E de contra partida educando não vê mais o professor como símbolo digno de respeito, que está ali para ensinar, para prepará-lo para o futuro. E a consequência de tudo isso é o que temos visto lamentavelmente nos noticiários, o confronto de fúria e desrespeito, com o próximo. Será que realmente a escola tem educado para a colaboração e a solidariedade? A obra de Makarenko provoca ainda uma reflexão sobre a disciplina. Estamos sendo permissivos demais? Como atingir o equilíbrio entre limites e liberdade? Makarenko dá algumas respostas diante de sua experiência vividas dentro do ambiente escolar, com seus erros e acertos, no entanto, ele acreditava que o planejamento e o cumprimento das metas estabelecidas por todos só se concretizariam com uma direção muito firme. Por isso, os alunos tinham consciência de que a disciplina não era um fim, mas um meio para o sucesso da vida na escola. Com o descumprimento de uma norma podia ser punido severamente, desde que alunos e professores assim o desejassem, depois de muita discussão. Podemos não concordar totalmente com elas, mas é inegável que seu trabalho produziu resultados positivos num momento de grandes dificuldades sociais. Não estaremos nós em momento equivalente? Acredito que o que tem nos faltado é exatamente conscientizar os alunos que todos temos deveres e obrigações a cumprir, que há um limite para tudo e com isso devemos estar prontos para arcar com as consequências, somos responsáveis pelos nossos atos, porém com tudo isso não devemos esquecer que há uma dosagem correta de disciplina e amor para todas as coisas, ainda mais no que se refere à formação de futuros cidadãos. Sem esquecer que violência gera violência.

Matéria apresentada no Jornal Hoje,
trazendo a violência atual nas escolas.

Elaine Pereira

Indústria automobilística no Brasil, o primeiro carro


Em 9 de abril de 1953 a empresa italiana Iso Automoveicoli, fabricante de motocicletas e triciclos comerciais, apresentou o automóvel Isetta, projetado pelo engenheiro aeronáutico Ermenegildo Preti e seu colaborador Pierluigi Raggi.
No Brasil, tudo começou com Carlos Chiti que, lendo uma revista italiana, encontrou um artigo falando sobre o Iso-Isetta. Ele percebeu que era um carro que poderia ser fabricado aqui, já que a produção era rápida e de baixo custo. Então apresentou a ideia para o comendador Américo Emílio Romi, fundador das Indústrias Romi, em 1930, que prontamente concordou.
Em 1955, a indústria brasileira Máquinas Agrícolas Romi sob licença da empresa italiana trouxe a idéia de fabricar o Isetta no Brasil.
Em 1956 a indústria automobilística brasileira fabricou seu primeiro carro, denominado Romi-Isetta. Era fabricado em Santa Barbara do Oeste, interior de São Paulo. Ele tinha apenas uma porta na frente e suportava o motorista e um passageiro.
O lançamento oficial aconteceu no dia 5 de setembro de 1956, em São Paulo, 16 unidades do carro saíram em carreata pelas ruas da capital. O governador Jânio Quadros recebeu-os e disse: “Honra a nossa indústria, honra São Paulo e honra os brasileiros um carro como esse”, de acordo com informações da indústria Romi.

       Em 1959, a Romi passou a utilizar motores BMW, pouco tempo depois, a BMW rompeu com a parceria, ficou aí uma decisão difícil para, continuar com a produção ou deixar de lado a fabricação do Romi, seguir sem parceria não seria possível, então em 1961 encerraram a fabricação do Romi-Isetta.  Foram fabricados no Brasil cerca de 3.000 unidades.
       Na indústria Romi utilizavam a produção em série, criação esta de Henry Ford em 1863, desenvolveu a Fabricação em série, em larga escala e que tivesse preços acessíveis aos consumidores. 
Linha de montagem em Santa Barbara do Oeste 
(Produção em série)
  
Fontes: Disponível em:

http://ciadecarros.wordpress.com/2010/11/10/a-industria-nacional-i/
http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/09/minicarro-romi-isetta-complea-55-anos-e-ainda-guarda-segredos.html

 Janaína Souza



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DESCOLONIZAÇÃO





Nos últimos anos, diante de todos os distúrbios que envolvem o mundo inteiro, como se a humanidade como um todo precisasse de identidade e redefinição, ganha força na América latina a necessidade do surgimento de um pensamento latino-americano que, antes de mais nada, nos libertará dos grilhões ideológicos da filosofia dos homens europeus, brancos, mortos.


Grandes pensadores, poetas, escritores, políticos, etc., entre eles, o escritor chileno Eduardo Galeano,  a TAL (Tv América Latina), o canal Futura, tv Cultura e o Canal Brasil, em programas como Sangue Latino e Os Latino-americanos, produzem documentários, filmes, entrevistas e debates que mostram o Continente e suas raízes culturais milenares, a fim de divulgar esta ideia de independência intelectual, que apresenta o mundo através do nosso ponto de vista. 


A seguir, duas obras dos poetas brasileiros Arnaldo Antunes e José Filho de Sousa, que  convidam a esta reflexão:    


http://poetaepalhaco.blogspot.com/search?q=tribos
TRIBOS

Nos colocaram a todos no paredão de fuzilamento.
Se vamos resistir ou não,
Mãos dadas!
Daqui não sairemos mais;
Nem mortos, e principalmente, vivos!
Mãos dadas!
Não daremos mais:
Nem o que é nosso,
E principalmente, o que não temos!
Mãos dadas, povo latino-americano,
Aí vêm eles,
Buscar o que desprezaram
Durante 500 anos ou mais:
O sangue do Índio fertilizou a terra,
O suor do Negro fez brotar metrópoles,
A Fauna morta criou espécimens raríssimos,
A Flora devastada cura com artigos de luxo,
E ainda há água.
Punhos cerrados, irmãos latino-americanos!
Aqui eles não ficam,
E principalmente, não saem:
Nem levando o que é nosso
Nem deixando o que têm de pior.
Aqui eles não entram
Nem enviam o seu lixo.
Não queremos espelhos nem computadores,
Nem pão nem pedra.
Não os queremos;
E que eles não nos queiram!
Não queremos nada do que já não seja nosso:
Nem inglês nem português,
Nem deodorant nem colônia.

http://www.youtube.com/watch?v=U0ECOiEs5Qs&ob=av2n
 Marisa Monte - Volte Para O Seu Lar (Arnaldo Antunes)   




José Filho

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O espaço Geográfico – Ensino e representação.

Resenha do livro: O espaço Geográfico – Ensino e representação.
De Rosângela de Almeida Doin e Elza Yasuko Passini.




- TIA ADELAIDE.
-  FALTOU!!!

   Até agora, a geografia ensinada na escola é uma matéria imagística e paisagística, ou ainda, como se diz em artes plásticas, especialmente em pintura, o estudo de uma “natureza morta”, que desconsidera completamente o homem e trata as cidades como anomalias ou como um domínio sagrado de outra disciplina e que não pode ser “invadido”.
   O novo parâmetro curricular para o ensino de geografia reconhece o homem como beneficiário e força transformadora do espaço geográfico, para a sua sobrevivência e seu desenvolvimento, influenciando-o e sendo influenciado por esta natureza, também viva, que lhe apresenta desafios e possibilidades. A geografia é, portanto, uma ciência social. O homem estuda-a para compreendê-la e compreender a si mesmo: o espaço é para o homem e vice-versa, e ambos transformam-se e evoluem nesta relação; a escola tem um papel humanizador e a geografia aí está para prestar a sua contribuição; saibamos aproveitá-la. 
              As autoras, nesta obra, apresentam uma discussão sobre a forma de ensinar e representar a geografia no espaço escolar. Sua abordagem considera três pontos fundamentais na elaboração dinâmica do aprendizado desta disciplina através de atividades que possibilitem ao aluno a apropriação dos conceitos e da práxis relacionados a esta ciência, com uma compreensão contextualizada e exercitada pelo próprio aluno, partindo sempre de um tema ou problema presente na vida deste e que engloba outros tempos temas e espaços, relacionando a geografia com todas as temáticas da grade curricular, proporcionando-lhe um conhecimento amplo e integrado da realidade que o envolve. Estes três pontos levam em conta, em primeiro plano, o conhecimento espacial que a criança adquiriu até então; o contexto sócio-cultural, e por fim, o conteúdo acadêmico (formal) ensinado pela escola.


http://www.youtube.com/watch?v=UVab41Zn7Yc

Francisco de Assis França, Chico Science, Idealizador do movimento mangbeat, que, na década de 1990 , fez uma leitura crítica da geopolítica do recife visando tirar a sua cena cultural da lama.






José Filho





Vozes que irrompem


Quem não conta a história
Ó glória maldita, maldita glória!
Não mereço e herói me fazes,
Tanta presunção me trazes,
E ficam as grandes lutas inglórias.

Quantos vi! guerreiros audazes:
Nobreza e coragem forjando sua trajetória,
Jamais atingindo o Panteão da história,
Abaixo um patamar de Vasco e Camões, estes incapazes!

A cada revolta que se levanta
Um novo covarde se agiganta.
Não ponho a culpa na mentira.

Nada mais me causa frenesi;
As verdades quando estiveram aqui
Também provocaram a minha ira.
Nos anos 2000, uma reintegração de posse de um edifício ocupado pelo movimento sem-teto, na avenida Prestes Maia, no centro de São Paulo, que coloca o povo contra o aparato policial, Guaridão da Lei e da Ordem e Malha Protetora da Sociedade é o ponto de partida deste documentário produzido pela Frente 03 de Fevereiro, que fomenta debates entre estudiosos e diversos cidadãos e setores da sociedade civil brasileira sobre as desigualdades e preconceitos existentes em nosso país, a partir das lutas por cidadania engendradas pelos movimentos negros.
   
 Periafricania (Zumbi Somos Nós) 
http://www.youtube.com/watch?v=_1k6LOdKquI
José Filho

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

HÁ UMA NAÇÃO NESTE PAÍS?


ARTIGO DO TEXTO: HÁ CIDADANIA NESTE PAÍS?
De: Milton Santos.
Vivemos há mais de 500 anos sem um exercício de cidadania neste país; melhor dizendo, não temos sequer um conceito compreensível acessível a todos. Se perguntarmos às pessoas nas ruas o que significa cidadania, teremos um sem-número de respostas; todas válidas, mas incompletas e nenhuma advinda de uma práxis.
   Não sabemos se estas parcas noções de cidadania assim o são porque a prática desta também é incompleta, ou vice-versa, ou ambas as alternativas. De certo, sabemos que desde o início da história do nosso jovem país houve um completo exercício de alienação, de negação dos direitos mais fundamentais ao homem como, por exemplo, o de sua própria humanidade, houve a manipulação dos meios de produção, de informação e de educação, usados como instrumentos de controle, opressão e massificação, formando para o consumo e negando, ora a individualidade, ora as associações que pudessem discutir suas questões específicas e, consequentemente, se enxergarem como parte de um todo, sobre o qual possam interferir diretamente.
   Na educação, apontada frequentemente como a alternativa mais viável ao sistema tecnocrático em via de colapso, a alienação se dá em todos os níveis, inclusive no acadêmico: a retenção do conhecimento mantém a massa e a massa não incomoda!
Cidadão - Zé Geraldo


Se o Brasil foi “descoberto” por acidente, a distribuição das riquezas e a formação de sua sociedade parecem ter sido planejadas: os “nobres”, as riquezas, o domínio do conhecimento foram concentrados nas regiões sul e sudeste, mais próximo ao litoral, enquanto os elementos mais “vis” da sociedade portuguesa ganharam carta branca para explorar o interior do país impondo a lei dos mais fortes ou dos mais bárbaros. Uma das conseqüências desta ocupação desigual é uma sociedade que desenvolveu de modo desigual; esta disparidade de “know-how” e oportunidades gerou a migração que implica, por sua vez, no êxodo das áreas desassistidas, uma ocupação desordenado dos grandes centros, pobreza, marginalidade, preconceitos, exploração e uma gama infinita de males sociais, criando um caos onde ninguém é cidadão, como denuncia Zé Geraldo.
José Filho

sábado, 8 de outubro de 2011

Raça é uma só: A HUMANA!

Imagem disponível em:

Os primeiros seres humanos foram os africanos, sendo assim deveriam ser muito valorizados e respeitados, pois todos nós somos descendentes deles. Porém, não é isso que acontece, há um silêncio sobre a história do continente e seus povos, a história foge dos temas conflitivos. As resistências e lutas do povo negro escravizado são ignoradas. O processo colonial nos faz enxergar todas as coisas de forma européia, na verdade, nossa educação é centrada na Europa, escondem a verdade, nos transmitem as informações parcialmente.
O negro era tratado como uma propriedade, uma coisa, não eram considerados seres humanos, pessoas que tinham corpo, inteligência, enfim, que fazem parte da raça humana, apenas com uma etnia diferente.
No século XIX, houve um processo no Brasil chamado de branqueamento, tinham a intenção de eliminar os negros, foi quando permitiram a imigração de europeus com a intenção de misturar os povos, podendo assim branquear o Brasil. Nota-se aí pessoas racistas, que desvalorizam o ser humano. Ainda hoje, temos situações de preconceito relacionado ao racismo. Nossa sociedade é racista, e isso é tão forte que até os próprios negros trazem isso consigo, temos isso claro no teste de bonecas (acesso youtube), crianças desmerecem sua raça, mostram as bonecas negras, com aspectos negativos.
Em que sociedade estamos? Onde se condenam entre si, se maltratam, sendo que todos pertencem a uma mesma raça, a raça humana, somos diferentes? Sim, porém essa desigualdade presente é inventada por nós. Ser diferente é normal, não cabe a nós seres humano como qualquer outro se sentir superior a ponto de agredir uma pessoa seja física ou moralmente. Além disso, deveríamos levar em conta, a grande influência africana que temos, está presente nas palavras que pronunciamos, 30% delas é de origem africana, está presente também nas comidas e até mesmo nas cores coloridas que usamos.
Temos que construir um olhar mais crítico a realidade do povo africano e a realidade do povo brasileiro, que talvez, por desconhecer a verdadeira história age de forma negativa contra pessoas que apenas lutavam para ter sua dignidade, se tivéssemos momentos de reflexões, poderíamos ser cidadãos melhores, respeitaríamos o próximo como o mesmo merece.
Janaína Souza


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A ESCRAVIDÃO ACABOU? PARA QUEM?

LUTA DE CLASSES _ CIDADE NAGRA



As lutas de classes, que segundo o filósofo alemão Karl Marx, sempre regeram as relações de produção e consumo, as organizações das diversas sociedades e, por conseguinte, suas relações de poder, no sistema capitalista neo-liberal tem como principal característica a transformação da venda da força de trabalho em trabalho escravo, transmudando esta atividade vital, que dignifica e desenvolve o elemento humano numa forma de opressão que o animaliza e mata.
Neste álbum, Sobre Todas as forças, a banda de reggae carioca Cidade Negra expõe sua visão sobre diversos temas ligados à cidadania, sociedade, direitos individuais, existencialismo, críticas ao sistema político, e também fala de amor, por que não? Fica aqui a dica de boa música com conteúdo e talento.
José Filho