quarta-feira, 9 de novembro de 2011

BULLYING E VENTRILOQUISMO


De tempos em tempos sopra um vento de ruína sobre a humanidade ou a humanidade fabrica seus próprios temores?
Entendo-se a estrutura educacional composta de um lado por: professor, escola, diretoria, conselhos, secretarias municipais e estaduais, ministério da educação etc. e de outro, o aluno, a família, sociedade, etc. como dois mundos que, ao se desenvolverem se complementam, se entrecruzam, podemos inferir que, exceto professor e aluno, todas as instituições envolvidas no processo educativo são relapsas no cumprimento deste papel. Professores e alunos, desprovidos do apoio que esta ampla rede lhe prestaria, são colocados num campo de conflito onde enxergam apenas um ao outro, identificando-se como inimigos e combatendo-se, num jogo perverso de manipulações.
Na micro-sutileza da alienação, não são professores contra alunos, no plural; o sistema individualiza, divide para enfraquecer: é professor versus aluno, negro contra branco, jovem contra velho, homem contra mulher contra homossexual, contra o outro...
Na visão de Eddie Veder, autor da música Jeremy, o seu infante personagem, não suportando o peso da opressão contra o “diferente”, ao contrário de Wellington Menezes em realengo, dos atiradores de Columbine e do garoto de dez anos em são Caetano do sul, recentemente,  tem revólver, mas não atira nos outros, apenas fala, desabafa no local em que se reune o maior número daqueles que o excluem: a sala de aula; suas palavras ferem indiscriminadamente, em desespero, denunciando a doença e a falência das sociedades.



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REDESCOBERTA DO FOGO 


Os sistemas educacionais faliram:
Tanto o pedagógico
Como o familiar.
Vivemos em sociedades
Sem ser sociedade;
Somos individualistas
Sem ter individualidade.
E, se levamos bilhões de anos
Para evoluir da forma vermicular
Até ao que pensamos ser hoje,
Não levaremos mais que
Algumas décadas
Para regredir às cavernas,
Mais brutos
E perigosamente armados.

JOSÉ FILHO

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