terça-feira, 22 de novembro de 2011

Saiba um pouco mais sobre o cordel

A data foi criada em homenagem ao pioneiro LEANDRO GOMES DE BARROS,
nascido no dia 19 de novembro de 1865.


Embora o cordel tenha feito e ainda faça parte da vida de muitos brasileiros, especialmente do cotidiano nordestino, muitos autores famosos tenham seus versos publicados, sabemos que ainda há muito preconceito sobre esta forma de poesia popular, que tão bem traduz a cultura regional neste rincão do Brasil.

 No final do século XIX e início do século XX, o cordel fazia parte da vida do nordestino que vivia no campo e que através do cordel ganhava forças para sonhar e traziam através dos versos a sua realidade cotidiana.

Portanto, se engana quem pensa que a literatura de cordel tenha suas raízes fincadas somente no nordeste brasileiro, o cordel ganhou o mundo com seus versos, suas rimas, métricas e todas as técnicas possíveis e imagináveis utilizadas por todos os poetas e estilos de época mais diversos, chegando aos lugares mais distantes. Em Portugal, a expressão cordel é cordéis, assim são conhecidos e nomeados os livros impressos em papeis baratos, vendidos a baixos preços; a literatura de cordel de Portugal abarca a história, peças,  novelas e romances, e tem como autores a camada média da população como: advogados, professores, militares, médicos e funcionários públicos, entre outros.

Um dos grandes episódios dentro da literatura de cordel foi o grande debate que se deu entre Francisco Romano e Inácio da Catingueira que foi registrado em folheto: estavam ali duas lendas do cordel: um era filho de escravo e analfabeto e o outro era abastado e conhecedor das letras, deixando claro que o cordel é uma cultura que não distingue classe ou grau de conhecimento científico, etnia, gênero (embora seja rara a participação de mulheres) e que, em diálogo com as mais variadas formas de cultua, enriquece sobremaneira o conhecimento humano.

Uma cultura tão rica como a nossa literatura de cordel não pode ficar parada debaixo de um preconceito; só se combate o preconceito através do conhecimento. A melhor maneira de corrigir esse equívoco é através do espaço aberto para o debate dentro das salas de aulas, levando assim o conhecimento para nossos alunos, aproximando aquele que busca conhecer de todos os modos do fazer cultural disponível.

Que a literatura de cordel desperte dentro das nossas escolas, e que o conhecimento vença o preconceito que o brasileiro tem e que o faz nega as suas raízes e o faz perder a sua identidade como nação: hoje é um dia significativo na história do cordel.


Referência bibliográfica: Literatura de Cordel: história, formas e temas.
Imagem: http://www.luizberto.com/wp-content/DIA-DO-CORDELISTA.bmp

ELAINE PEREIRA

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

OS PRIMITIVOS DO FUTURO




Gravada originalmente em Canto de Esperança (1983), disco de estreia do cantor e compositor picoense (PI), Odorico Carvalho, Homem Boi Berro tem como letra o poema homônimo do poeta Francisco Miguel De Moura e trata das relações sócio-políticas no âmbito do trabalho e jogo de poder, que ocorrem em todas as sociedades humanas e em todos os tempos, a partir da realidade do semiárido piauiense.


HOMEM-BOI

Boi manso, boi de carga, boi de arado, o que guia os outros ao matadouro.
Mansão: Que sina, arre! Fustigado, urra! E resiste, irra!

Pobre diabo.

O BERRO

A indústria da seca, a fome, a manipulação, as reses do rebanho.
“Do boi nada se perde. Só o berro”, dizem.
Aqui o berro é somado e provado: ecô,ecô, mansão!
Se emperra, empurra, espora, chicoteia.

Pobre diabo.

O HOMEM DE FERRO

O homem-homem, com o suposto poder de opressor e também oprimido:
Outro status de rebanho.

Pobre diabo.

DEUSES DE BARRO

A indústria de fé, do destino, da sina:
“É assim e não pode mudar, pois deus assim o quer.”
Um deus ou muitos deuses criados pelos donos do mundo do diabo.

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EVOLUÇÕES


A NATUREZA

Foi a criação perfeita
na celebração de suas leis imutáveis,
por mecanismos inefandos,
até chegarem estes monstros,
revolvendo a terra à procura de supérfluos,
derrubando florestas
em busca da árvore que dava dinheiro
e lançando os alicerces
da sua própria ruína.

O HOMEM

Lobo astuto que tem fome de tudo
para satisfazer seus instintos absurdos.

A ESCRAVIDÃO

Numa sociedade de consumo.

A FOME

A globalização do meu quintal.

HÁ MUROS QUE NÃO CAEM

Foi o que nos dividiu
E nos fez pensar assim:
Em raças, castas, crenças.



Paulo Sérgio e José Filho

ECCE HOMO



Na década de 90 havia um desenho animado entitulado HAN, no qual o personagem homônimo, um tipo ariano esbelto e filosófico, vagava por uma terra repleta de dinossauros e vulcões procurando o “fim do mundo”, que seria, tão-somente, o lugar onde o sol se punha; nesta insólita jornada, observava a natureza e todas as suas relações, em especial, uma espécie bípede e de espinha ereta à qual se referia como: “a raça dos que caminham de pé”, tentando entender seus paradigmas e paradoxos.

ECCE HOMO:

Para Han, ereto;
Para Eddie Veder, mamífero que veste calças e faz planos;
Para Aristóteles, animal social;
Para Rousseau, bom selvagem;
Para Locke e Hobbes, selvagem;
Para nós, uma espécie bizarra (bela e terrível) de uma animalidade requintadíssima.

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Homo-Erectus - Animal Social

Homo-erectus
Animal social
Verme revolucionário
Bárbaro sanguinário
Monstro solitário
Primeiro mandatário.

Homo-erectus
Animal social
Precursor da ira
Manipulador da mentira
Artífice da mira
O primeiro que atira.

Homo-erectus
Animal social
Zoon politikon
Zoon babilon
Zoon satiricon
Zoon ponto com.

Homo-erectus
Animal social
Canibalismo doméstico
Satanismo profético
Cristianismo patético
Charlatanismo poético.

Homo-erectus - zoon non sapiens.

Poema de JOSE FILHO DE SOUSA, DISPONÍVEL EM:



Paulo Sergio e José Filho

MÍDIA - A MAIOR ARMA DE GUERRA JÁ VISTA



Comercial de rádio e TV veiculado no ano de 2008, tendo como trilha sonora a música Bitter Sweet Symphony, da banda de rock britânica The Verve, que fala contra o consumismo e a exploração, carros-chefe do capitalismo neo-liberal.


Trecho:

“Você se tornará escravo do dinheiro
Eele te destruirá.”

Será que a agência publicitária ou o próprio banco desconheciam o teor da letra?
Ou teriam eles fé inabalável no poder hipnotizador da mídia, no qual não importa o que se diga ou o que se mostra, tudo se vende de qualquer forma?
Ou ainda, a consciência de que: quem compra o que não precisa, compra qualquer coisa?


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Sob Controle Remoto

Dizem que a arte imita a vida
e que, talvez,
a vida imite a arte.
Certo é que
a televisão fascina imbecís
e os imbecís
imitam a televisão.

Homens comuns amam a mediocridade.
amam a hipocrisia.
amam a televisão.
amam a mentira.

Agora, veja os nossos comerciais!
veja os nossos filmes!
vá dormir!
Boa noite!

domingo, 20 de novembro de 2011

História em quadrinhos: "A evolução"





A HQ traz aspectos muito ligados a EJA (Educação de Jovens e adultos), pois trazem consigo já uma visão de mundo construído e através dela e da instrução do professor passa a aprimorar e construir mais conhecimento. Além disso, alfabetizar um adulto é incluí-lo na sociedade, dando-lhe o que lhe é de direito como cidadão.

Erika Marques e Janaína Souza

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Memórias: Bairro Jardim Calux - SBC

Em média de 20 anos atrás os moradores do bairro Jardim Calux, em São Bernardo do Campo viviam de forma desastrosa, não havia asfalto, esgoto encanado, etc. Além de ser um lugar de muita violência. Simplesmente falar talvez não seja o suficiente, por isso trago abaixo algumas fotografias que mostram como era e como está atualmente, percebe-se claramente uma mudança significativa para a vida deste povo. Escuta-se relatos: “Hoje vivemos no paraíso! Temos as lembranças para contar e as fotografias para mostrar aos nossos filhos como era aqui.”


Rua Janete Clair

Rua Jorge Amado (próxima a passarela - DER)
Rua Manoel Bandeira (Antes um córrego,
que recebia o esgoto da metade do bairro)

Praça Vicente Antônio de Almeida

Praça Vicente Antônio de Almeida

Sede da Associação de Moradores

Derrubando os barracos na rua Carlos Drummond
de Andrade e ela atualmente
Quadra atualmente
(Praça Vicente Antônio de Almeida)
e uma parte do bairro.


Percebemos que com o passar dos anos, houve inclusão dos moradores deste bairro, os mesmos passaram a ter esgoto encanado, aos poucos conseguiram construir suas casas de alvenaria, as ruas foram asfaltadas e mais, há espaço de lazer, as crianças podem brincar em praças e parques tranquilamente.
Relembrar ou até mesmo conhecer como fora este bairro nos faz refletir sobre nosso hoje, valorizar aquilo que temos e melhor, contribuir para que melhore ainda mais. 


Fotografias cedidas pela Associação de Moradores Jd. Calux

Janaína Souza

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Por quê usar histórias em quadrinhos em sala de aula?


As HQ (historias em quadrinhos) têm conquistado um grande espaço dentro da escola, usados como um instrumento de ensino podem ser importantes ferramentas pedagógicas para estimular a leitura e trabalhar em sala de aula.
Os quadrinhos também podem ser utilizados de forma interdisciplinar com português, artes, historias, enfim pode servir para tudo. Os alunos podem trabalhar em duplas, aqueles que não sabem desenhar podem escrever a narrativa e o outro desenha.
 Nos quadrinhos tudo pode ser resolvido em poucos traços, contando que esses traços consigam representar os elementos da narrativa que possa ajudar a promover a prática da leitura e além disso, ser um importante instrumento  no processo da alfabetização.
O professor pode ajudar o aluno a estruturar a historia e os personagens, desenvolver diferentes desenhos, com criação de argumentos e roteiros de historias, e pode pedir que os alunos criem suas próprias histórias em quadrinhos.
Aprender com quadrinhos tem haver com a prática de desenho e observação, mostrar para o aluno que a narrativa tem que ser de fácil assimilação e compreensão, e com isso o aluno poderá se interessar em associar a fala do personagem, conhecendo cada vez mais as características dele e se identificando com a história. Essa relação de fala e escrita é importante no processo de alfabetização.
Utilizando HQs de linguagem simples e de fácil compreensão é possível chamar a atenção dos alunos, que em geral não oferecem resistência a seu uso, uma vez que são relacionados a uma forma de entretenimento e lazer. Os quadrinhos quando são produzidos em sala de aula, como recurso para complementar o ensino de determinado conteúdo fazem do aprendizado significativo, ou seja, os alunos levarão essa experiência por toda a vida.
Pode se esperar que uma criança que tenha vivido uma alfabetização de forma espontânea e divertida, esteja mais motivada a explorar os conteúdos adquiridos do que outras atividades que lhe tenham sido impostas de maneira desagradável. As HQs podem estimular o prazer pela leitura.
Esta é uma ótima estratégia para o professor que deseja diversificar a sua aula, nada mais gratificante para um educador do que poder ver em seus alunos o fruto de seu trabalho, de poder olhar para cada rostinho e perceber nele a alegria de aprender a ler e escrever, e ter a certeza de que esse aprendizado acontece com prazer. 

Imagem disponível em:
http://3.bp.blogspot.com/_8zGKBpmRQNA/
TGkwUe8yi5I/AAAAAAAAAGk/mv1jSoyny_I/s1600/hq.jpg



Debora Santos